Diálogos Contemporâneos 2018

VOZES DISSONANTES – ÉTICA, LIBERDADE E AUTORITARISMO NA INTERNET

MARCIA TIBURI > Escritora e Filósofa

Em um mundo com uma sociedade cada vez mais conectada, em que uma postagem na internet fica disponível em tempo real para todo o planeta, o limite entre liberdade e prática de crime é bem sutil. A inclusão digital possibilita qualquer individuo expor da maneira que achar mais conveniente seus pontos de vista sobre qualquer tema. A maioria dos casos de solicitação de retirada de conteúdo na internet envolve principalmente o uso não autorizado de imagem, ofensa digital, exposição de intimidade excessiva, especialmente no tocante a menores de idade. Num ambiente em que ainda é deficitária uma legislação reguladora diversos crimes são praticados, escorados na certeza de que o oculto garante a impunidade para aqueles que os praticam. A vida nas redes sociais e as relações virtuais expõe os valores éticos e morais de sociedades onde o autoritarismo e o preconceito tem encontrado um amplo território para se expandir e adquirir adeptos.

> 12 DE MARÇO
Câmara Municipal de Campo Grande/MS, às 19h

> 13 DE MARÇO
Auditório 9 UnB – Brasília/DF, às 13h30
Museu da República – Brasília/DF, às 19h

A EDUCAÇÃO NO BRASIL, A REALIDADE CONTEMPORÂNEA E OS NOVOS INSTRUMENTOS PARA A FORMAÇÃO DE CRIANÇAS E JOVENS

RENATO JANINE RIBEIRO > Professor, Filósofo e Escritor

Vivemos em uma sociedade em que as pessoas estão cada vez mais conectadas. Imersos numa cultura de rede, crianças e jovens desse novo século têm diante de si uma infinidade de informações na internet. Em uma realidade bem diferente daquela de apenas duas décadas atrás, os desafios da educação vão desde a busca de uma formação plena e humanista, em contraponto à formação de caráter apenas técnica e alienada, até a compreensão e o uso das novas ferramentas digitais disponíveis, em espaços que devem ser adequados e com os devidos suportes do Estado. Essas recentes, atraentes e poderosas ferramentas digitais têm sido determinantes na formação de crianças e jovens, que ao consumir o universo exposto na internet, especialmente aquilo que é voltado para lazer e consumo, adquire novos valores culturais e pontos de vista sobre a sociedade em que está inserido.

> 19 DE MARÇO
Câmara Municipal de Campo Grande/MS, às 19h

> 20 DE MARÇO
Museu da República – Brasília/DF, às 19h

MULHERES INDÍGENAS, RESISTÊNCIA E PROTAGONISMO

CÉLIA XAKRIABÁ > Professora e Ativista

São crescentes as mobilizações e reivindicações relacionadas às minorias, sejam as que historicamente tiveram seus direitos negados pelos estados nacionais ou as provenientes da emergência de grupos identitários que exigem seus direitos. O Brasil é um país multicultural que abriga em seu território mais de 200 povos indígenas. A luta dessas populações tradicionais pelo reconhecimento de seus direitos, afirmação de suas identidades e práticas culturais é histórica. Na constituição de 1988 parte importante de suas bandeiras foram consagradas na lei. A carta magna reconhece o direito dos povos indígenas aos seus territórios e o exercício pleno de suas culturas. Para ser colocado em prática o que está na constituição, diversas nações indígenas se articulam e lutam cotidianamente. É notável a crescente participação das mulheres indígenas, liderando processos, conquistando protagonismo e acrescentando outras pautas necessárias às suas lutas. Em um momento em que suas conquistas correm riscos, muitas mulheres indígenas tem desempenhado um papel central na organização dessas sociedades na luta pelos direitos dos povos originários do Brasil.

> 27 DE MARÇO
Auditório 9 UnB – Brasília/DF, das 11h às 14h

MUNDO DIGITAL E SOCIEDADE EM REDE – O DECLÍNIO DAS MÍDIAS TRADICIONAIS E OS NOVOS ESPAÇOS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

VIVIANE MOSÉ > Poetisa, Filósofa e Psicanalista

O fenômeno da internet criou um novo mundo, onde se verifica o uso crescente de redes sociais e de plataformas de compartilhamento de dados, conteúdos audiovisuais e informações de modo geral. Diante dessa nova realidade, as mídias tradicionais como jornal, cinema, rádio, TV e publicidade vivem um momento de transição, permeado por desafios e oportunidades. Ao mesmo tempo, a ampliação do poder de controle das redes sociais sobre os usuários, manejando dados e sofisticando seus métodos de controle, tem alterado de forma incisiva os modelos tradicionais de marketing e propaganda, obtendo resultados que impactam na vida política e econômica de diversos países.

> 2 DE ABRIL
Câmara Municipal de Campo Grande/MS, às 19h

> 3 DE ABRIL
Museu da República – Brasília/DF, às 19h

A FORMAÇÃO DO BRASIL: DO DESCOBRIMENTO AOS TEMPOS ATUAIS – A HERANÇA CARTORIAL, O PATRIMONIALISMO E A CULTURA DE PRIVILÉGIOS

JESSÉ SOUZA > Escritor, Professor e Pesquisador

Toda sociedade tem suas raízes no sistema que a originou, nas contradições e nas disputas que definiram os modelos de direção política e econômica, além dos valores culturais, éticos e morais que se estabeleceram e se consolidaram. O processo histórico de construção e afirmação das instituições no país, de herança colonial e base escravagista, sedimentou um modelo de relação do Estado com o conjunto da sociedade. As preferências e as indiferenças que geraram deformações sociais solidificaram distorções e preconceitos que foram incorporados na sociedade e só podem ser compreendidos a partir da análise do processo histórico que deu origem ao Brasil. O momento atual na ordem política e social brasileira sugere ser necessário e adequado revisitar alguns antecedentes na formação das instituições do país, suas consequências no conjunto das relações derivadas desse processo e na formação e consolidação dos valores culturais vigentes.

> 16 DE ABRIL
Câmara Municipal de Campo Grande/MS, às 19h

> 17 DE ABRIL
Auditório 9 UnB, às 13h30
Museu da República – Brasília/DF, às 19h

DIVERSIDADE CULTURAL E DE GÊNERO NO BRASIL; A CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE DEMOCRÁTICA E FRATERNA E O RESPEITO ÀS DIFERENÇAS

DJAMILA RIBEIRO > Mestra em Filosofia Política

A diversidade é uma das maiores riquezas do ser humano. A percepção da existência de indivíduos diferentes numa cidade, num país, com suas diferentes culturas, etnias e gerações, é o primeiro passo para se vislumbrar uma convivência respeitosa, amigável e solidária em uma comunidade. Para avançar além da percepção é necessária uma nova ética, onde igualdade não signifique exclusão das diferenças, mas sim uma condição equânime para se posicionar na sociedade, onde cidadãos e cidadãs, possam se afirmar enquanto gênero, orientação sexual, etnia e cultura. As legislações em alguns países têm consolidado direitos adquiridos em lutas travadas por minorias que ao longo da história tiveram seus direitos elementares suprimidos. Por outro lado, em um momento de paradoxos, onde ao mesmo tempo em que se afirmam direitos humanos, nota-se o recrudescimento de legislações que refutam imigrantes e o estímulo e o crescimento da xenofobia, da misoginia e do preconceito de classes. Isto tem ocorrido em todo o mundo e colocado um novo desfio para os humanistas, pois não se trata mais de fazer avançar as conquistas, mas de garantir o que já foi conquistado.

> 23 DE ABRIL
Auditório Roberto Salmeron da FT/Unb (Campus Darcy Ribeiro) – Brasília/DF, às 13h30
Museu da República – Brasília/DF, às 19h

OS ESQUECIDOS: IDENTIDADE, TERRITÓRIO E AFIRMAÇÃO DAS NAÇÕES INDÍGENAS BRASILEIRAS

FERNANDA KAINGÁNG > Escritora e Advogada

Os conflitos que os envolvem continuam a se multiplicar: mortes, abusos e violência de toda ordem. A aflição vivida por muitas comunidades decorre de poderosos interesses políticos e econômicos nas terras indígenas e do descaso do conjunto da sociedade brasileira com os povos originários do Brasil. Ainda falta muito para que os povos indígenas brasileiros alcancem ao menos o direito básico de viver em paz em suas terras e garantir uma sobrevivência digna e independente da tutela do Estado. Se for verdade que alguns segmentos da sociedade historicamente excluídos, como dos negros e mulheres, tem alguma representação política e tem conquistado apoio no seio da sociedade, o mesmo não se pode dizer dos povos indígenas, ainda vítimas de preconceitos que remontam os primórdios da colonização portuguesa.

> 8 DE MAIO
Museu da República – Brasília/DF, às 19h

ESTADO, IGREJA E DEMOCRACIA – NOVAS RELIGIÕES, TEOLOGIA DA PROSPERIDADE E OS DESAFIOS DO SECULARISMO

VLADIMIR SAFATLE > Professor e Escritor

Há sessenta anos, noventa e cinco por cento da população do país eram católicos. Hoje, mais de trinta por cento da população cristã, cerca de sessenta milhões de brasileiros, são evangélicos. Essa nova realidade trouxe grandes impactos e mudanças nos modos de celebração religiosa e na relação dos fieis com suas igrejas. Centenas de religiões pentecostais e neopentecostais disputam espaço na sociedade em busca de fieis, usando métodos variados nos veículos de comunicação e na pregação de suas doutrinas. Termos como teologia da prosperidade e fidelização de fieis passaram a ser ouvidos com mais frequência. Grandes celebrações religiosas em espaços púbicos e a presença política de representantes de diferentes denominações religiosas nos parlamentos federal, estadual e municipal desafiam o secularismo e simbolizam, em grande medida, as alterações na cultura religiosa do país.

> 14 DE MAIO
Câmara Municipal de Campo Grande/MS, às 19h

> 15 DE MAIO
Museu da República – Brasília/DF, às 19h

A CULTURA DO DESCARTE, A SOCIEDADE DE CONSUMO E A TRAGÉDIA DO MEIO AMBIENTE

IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO > Escritor e Jornalista

Um dos maiores dilemas da sociedade contemporânea está na grave crise ambiental que o mundo já está vivendo. Já não se sabe o que fazer com a quantidade e os tipos de lixos produzidos, lixo que está sendo devolvido pela natureza aos mesmos que o produzem, comprometendo a vida humana especialmente nas cidades. Com rios e mares poluídos, combustivos fosseis comprometendo o ar que se respira e desmatamento descontrolado das florestas tropicais, a água doce começa a faltar e pode ser em breve tempo a mais cara das comódites. Diante disso, grandes conglomerados privados já buscam meios de se apossar das principais reservas de água doce. Os hábitos da sociedade contemporânea, onde o estímulo ao consumismo desenfreado determina que tudo é descartável, e o mundo dos negócios capitalistas, que coloca a lucratividade em primeiro plano em detrimento da preservação do meio ambiente, apresenta desafios jamais vistos para a vida humana no planeta.

> 28 DE MAIO
Câmara Municipal de Campo Grande/MS, às 19h

> 29 DE MAIO
Museu da República – Brasília/DF, às 19h

MOBILIDADE SOCIAL E EMPREENDEDORISMO – O ESTADO, O MERCADO E AS POSSIBILIDADES DE SUPERAÇÃO DAS DESIGUALDADES E DE ASCENSÃO SOCIAL NA SOCIEDADE BRASILEIRA

LUIS NASSIF > Jornalista, Colunista e Escritor

Uma histórica concentração de riqueza, que resulta em exclusão e pouca mobilidade social, impõe grandes dificuldades às classes populares que aspiram outros padrões de sobrevivência e de acesso á educação e à cultura. Os setores menos favorecidos da população, exatamente os que mais precisam de apoio e estímulo do Estado para superar as limitações que lhe são impostas, enfrentam grandes dificuldades quando buscam empreender. São obrigados a romper as barreiras de um Estado que pouco induz e pouco estimula. Ao contrário, cria barreiras institucionais e burocráticas muitas vezes intransponíveis, o que dificulta o aumento da produção, o desenvolvimento econômico e as perspectivas diminuição do fosso existente entre ricos e pobres no país.

> 4 DE JUNHO
Câmara Municipal de Campo Grande/MS, às 19h

> 5 DE JUNHO
Museu da República – Brasília/DF, às 19h

O ESPAÇO DO AMOR E DA AFETIVIDADE NAS GRANDES CIDADES

MIRIAN GOLDENBERG > Escritora, Antropóloga e Professora

As grandes cidades são o principal palco onde se desenvolvem os dramas existenciais da sociedade moderna. O período contemporâneo é marcado por mudanças significativas decorrentes da globalização em suas dimensões socioeconômicas, culturais e tecnológicas. Mudanças avassaladoras e profundas de valores, comportamentos e de identidades em indivíduos e grupos sociais vêm resultando no desencadeamento de novos tipos de relacionamentos e de interação social. As redes sociais, a urgência da vida nas grandes metrópoles, o stress, a violência, o medo e a relativização de conceitos morais e éticos na cultura contemporânea, tem alterado significativamente os sentimentos e as relações de amor e afeto. Metrópoles brasileiras apresentam grandes índices de pessoas que vivem solitárias e as doenças de ordem psiquiátrica colocam o país como um dos maiores consumidores de psicotrópicos do mundo. Na multidão a busca pela afetividade, entre liberdade, solidão, neuroses e depressão.

> 11 DE JUNHO
Câmara Municipal de Campo Grande/MS, às 19h

> 12 DE JUNHO
Museu da República – Brasília/DF, às 19h

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